leishmaniose

10 novos casos de leishmaniose foram registrados em Santa Maria

Thays Ceretta

Foto: Gabriel Haesbaert (Diário)
Vigilância em saúde reitera a importância de manter limpo o local onde vivem os animais. Armadilhas foram instaladas em 5 pontos da cidade para capturar o mosquito transmissor

Ações simples, como manter limpo o ambiente onde os cães vivem, ajudam a prevenir que casos de leishmaniose sejam detectados em Santa Maria. A equipe de Vigilância Ambiental da prefeitura está preocupada com o número de notificações que vem sendo registradas. Neste ano, em um mês, o setor recebeu a informação de 10 casos enviados por veterinários privados. A Região Norte da cidade é a que mais necessita de atenção. Em 2017, 97 animais passaram por exames e 44 residências foram visitadas. Nesses locais, 17 cães foram confirmados com a doença pelo Laboratório Central de Saúde Pública do Rio Grande do Sul (Lacen - RS).

É importante lembrar que o cão não é o transmissor da doença. O transmissor é o flebotomíneo (Lutzomyia spp.), inseto que popularmente é conhecido por nomes como birigui ou mosquito-palha. O mosquito não transmite a leishmaniose para os humanos, ele é o vetor por meio da picada. Nos seres humanos, ela também se manifesta na forma cutânea ou mucocutânea.

Os cães serão submetidos ao teste rápido onde é coletado o sangue para saber se estão ou não com a doença. Na maioria dos casos, um segundo exame é feito para que o Lacen envie a confirmação ou não. Para evitar que a doença seja transmita para o cachorro, o uso da coleira _ que tem durabilidade de 4 a 6 meses _ ou da pepeta (controle químico individual que é colocado na nuca do cachorro e dura em média 30 dias) é uma alternativa.  

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O TRANSMISSOR
O médico veterinário do município, Carlos Flavio Barbosa da Silva, explica que todo os casos estão sendo acompanhados de perto. Ele aponta que é importante que as pessoas aumentem a vigilância dos animais. Além disso, comenta que ações de prevenção estão sendo organizadas pelo setor, entre elas, a realização da primeira pesquisa vetorial para analisar a espécie do vetor (transmissor) que está na cidade.

- Foram instaladas cinco armadilhas em cinco pontos diferentes, nas áreas que foram comprovadas que animais estavam com a doença. A ação se repetiu por quatro dias e deve ocorrer uma vez ao mês. Em três armadilhas foram capturadas três espécie de um insetos silvestres, podemos dizer que eles são primos do vetor principal que transmite a doença, eles estão associados a transmissão, mas não com a mesma efetividade, mesmo assim podem picar os cães e pessoas - explica Carlos Flávio.

O médico veterinário explica que as armadilha possuem uma luminosidade para que o vetor seja atraído pela luz, ao chegar perto ele é sugado para dentro de um saco coletor, com isso é mantido preso até que o vetor seja retirado. Depois o material é enviado para um laboratório em Minas Gerais que analisa as questões genéticas do protozoário, ou seja, se ele está infectado ou não.

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O trabalho está sendo realizado em conjunto pela 4ª Coordenadoria Regional de Saúde, Setor de Vigilância Ambiental em Saúde de Santa Maria e Laboratório de Doenças Parasitárias (LADOPAR) da Universidade Federal de Santa Maria. 

A DOENÇA
É preciso ficar alerta para os sintomas nos cães como: perda de peso, pelagem opaca, falta de apetite, úlceras, anemia, apatia, inchado nos gânglios, diarreias e vômitos persistentes, além do crescimento exagerado das unhas e seborreia.

A eutanásia é recomendada como uma das formas de controle da Leishmaniose Visceral Canina (LV), mas deve ser realizada de forma integrada com as demais ações recomendadas pelo Ministério da Saúde (MS).

- O fato é que diariamente recebemos pedidos de ação sobre cães supostamente infectados, mas não temos estrutura para dar conta de todas. Então, a população precisa se responsabilizar pelos seus bichinhos e cuidar deles, levar ao veterinário, cuidar da limpeza do ambiente, comprar coleiras repelentes e em casos devidamente analisados fazer a eutanásia - comentou o superintendente da Vigilância Ambiental, Alexandre Streb. 

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